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ATÉ ENTÃO, SÓ CONJECTURAS!

18 de maio de 2022. Estamos há 137 dias das eleições. Historicamente todo candidato a cargo majoritário, que se lança muito cedo, isso é, a mais de seis meses das eleições, tende a perder fôlego durante o percurso. Faltando mais de quatro meses para o pleito, o único cenário plausível para o momento político na Bahia é que Jerônimo Rodrigues irá crescer nas pesquisas. Ponto. Fora isso, somente conjecturas.

Acordos ainda serão feitos e até o registro das candidaturas em 15 de agosto, as movimentações no tabuleiro estarão a todo vapor. E, a partir de 16 de agosto, com o início da propaganda eleitoral, o cenário começa a tomar forma.

Nas eleições de 2006, 2010 e 2014, no estado da Bahia, o candidato do grupo denominado “carlismo”, coletividade de centro direita, que herdou o espólio político de Antônio Carlos Magalhães, o ACM, sempre teve acima de 50% das intenções de votos, segundo os institutos de pesquisas. Perderam todas no primeiro turno. Aqui devemos fazer uma observação: em todas essas eleições o candidato derrotado era o ex-governador do estado, Paulo Souto. Em 2006 disputou a reeleição.

Vamos aos fatos. O governador do estado, Rui Costa, do Partido dos Trabalhadores, em pesquisa realizada pelo instituto Genial/Quaest, com 1140 eleitores, entre 16 e 19 de março, obteve 44% de avaliação positiva, 33% regular e somente 16% avaliaram como ruim. Como pode ser observado no gráfico abaixo, dentre os maiores colégios eleitorais do Brasil, o governador da Bahia tem a melhor avaliação e a menor rejeição.

Nessa mesma pesquisa, as intenções de votos dos baianos para a eleição presidencial tiveram os seguintes resultados: Luís Inácio Lula da Silva, obteve 62% das intenções de votos; Jair Bolsonaro, obteve 15% e, Ciro Gomes, com 5% das intenções de votos.

O instituto Genial/Quaest divulgou nova pesquisa para o governo da Bahia, nessa quarta, 18 de maio de 2022, com os seguintes índices: ACM Neto, do União Brasil, tem 67% das intenções de votos; Jerônino Rodrigues, do PT, com 6% e, João Roma, do PL, com 5% das intenções de votos. Vejamos esse detalhe da pesquisa. Segundo Felipe Nunes, diretor da Quaest, “Apesar da forte liderança, ACM Neto não é o candidato definitivo da população. Essa expressiva vantagem está longe de apontar uma vitória fácil e antecipada. Para 52% dos entrevistados, a escolha de voto para governador não é definitiva, 46% afirmam que a escolha é definitiva e 3% não souberam ou não responderam”, concluiu. A minha afirmação sobre o crescimento de Jerônimo Rodrigues nas pesquisas, no primeiro parágrafo, se explica pelos dados supracitados.

O governador do estado da Bahia que tem 44% de avaliação positiva e o candidato a presidente do mesmo partido tem 62% das intenções de votos no estado, não irá levar o candidato ao governo, pelo menos ao segundo turno? O fator João Roma, apoiado pelo presidente da república, pesa mais de qual lado? Divide os votos com quem? Até onde o candidato do União Brasil, irá se desvencilhar de algum candidato a presidência da república? 

Quando Jacques Wagner lançou Rui Costa, em 2014, nessa época da corrida eleitoral, ninguém o conhecia. Em pesquisa Ibope, de 23 de julho de 2014, Paulo Souto, do DEM, tinha 44% das intenções de votos; Lídice da Mata, do PSB, tinha 11% e Rui Costa, do PT 8% das intenções de votos. Costa venceu no primeiro turno 54,54% dos votos válidos, contra 37,37% de Paulo Souto. À época o maior cabo eleitoral de Souto, foi o ex-prefeito de Salvador, ACM Neto.

Nessas ocasiões repletas de pitacos de todos os lados, colhi essa frase que circula nas mídias sociais: “Vamos deixar claro: O que você sabe por terceiros, você não sabe. O que você sabe porque supôs, você não sabe. O que você sabe porque ouviu falar, você não sabe.” Portanto, são só conjecturas. 

ATUALIZAÇÃO:

Após a conclusão desse texto, mais informações sobre a pesquisa Genial/Quaest foram divulgadas e corrobora com o que analistas políticos percebem. A entrada do ex-presidente Lula na campanha de Jerônimo Rodrigues muda significativamente o cenário eleitoral baiano. Sem o apoio de Lula, ACM Neto vence por 67% x 6%. Com o apoio de Lula, o candidato do União Brasil, cai 20 pontos percentuais e Jerônimo sobe 28 pontos percentuais, ficando a disputa em 47% a 34%.

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